No passado dia 27 do mês transato, alunos e professores das turmas de décimo segundo ano realizaram uma visita de estudo a Amarante, S. Leonardo da Galafura e S. Martinho de Anta.

Em Amarante, vale do rio que embalou Amadeo, visitaram o Museu Municipal de Amadeo Souza-Cardoso, alternadamente, isto é, enquanto um grupo de alunos visitava o casario amarantino e se deliciava a saborear os “derriços” das “doceiras de Amarante” (O’ Neill), outros visitavam o já referido núcleo museológico.

Com uma paragem para o almoço embebida em Douro, socalcos e (in)finitude, os alunos estenderam as toalhas no chão ou nas mesas, quais peregrinos e devotos de S. Leonardo, para almoçarem.

Da parte da tarde, descobriram mais um berço: S. Martinho de Anta. S. Martinho, que se assemelha a um pedaço de torga seca e torcida, alberga o Espaço Torga, onde lhes foi mostrado um pequeno documentário acerca do autor, e a casa-mãe de Torga, casa de gosto belga, onde viveu e escreveu.

Antes da partida para Braga, foram ainda conhecer aquele que terá sido o local que serviu de inspiração para ser o palco do conto Natal de Miguel Torga: a Senhora da Azinheira. Conta-se que o mendigo Garrinchas queimou o andor da Senhora dos Prazeres e fez uma fogueira na noite da Natividade e que as altas horas de solidão o fizeram sentir verdadeiramente filho daquela Senhora que parecia brilhar mais que a Luz. Marcas disso? Nenhumas. Quem ousasse entrar na galilé e espreitasse para dentro do templo talvez visse o andor encostado a uma parede e a Senhora lá no cimo. Acompanhados desta devoção, calcorrearam os poucos metros que separam o santuário da “Fraga do Namorados” e viram-se obrigados a contemplar aquele pequeno socalco que é a terra-mãe de Torga!

E foi assim, com um estremecimento interior, que embarcaram novamente numa viagem rumo à antiquíssima Bracara e ao antiquíssimo Liceu.

Guilherme Pereira, 12.º 9