A propósito do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor (23 de abril), o Centro de Criatividade e Mudança da Escola Sá de Miranda sugere a leitura de Fahrenheit 451, de Ray Bradbury. Trata-se de uma obra que foi publicada nos Estados Unidos, em 1953, e que problematiza em que medida o nosso interesse pela leitura e pelos livros está a ser destruído pelo advento da tecnologia. As pessoas procuram o divertimento e a cultura transforma-se em algo trivial, a busca do prazer e da distração anulam a capacidade de pensar e julgar criticamente.

Nesta distopia, os indivíduos não foram proibidos de ler, mas perderam a curiosidade pela leitura e vivem alienados, numa sociedade cada vez mais desumanizada. Como explica, no prefácio, Jaime Nogueira Pinto: “Fahrenheit 451 é uma saga no mundo distópico”, a obra discute “o mau uso das máquinas, a tirania da mudança pela mudança, o deslumbramento acrítico perante a inovação, o desprezo pelo passado, a manipulação”. Numa época marcada pelos ecrãs, necessitamos de recuperar o fôlego para voltar ao prazer da leitura, de modo a encontrarmos tempo para a imaginação e para o pensamento.